5

Cremos que o pecado veio ao mundo através da desobediência dos nossos primeiros pais (Adão e Eva) e, pelo pecado, veio a morte. Cremos que o pecado se manifesta de dois modos: pecado original ou depravação, e pecado pessoal.

5.1

Cremos que o pecado original, ou depravação, é aquela corrupção da natureza de todos os descendentes de Adão pela qual o homem está muito longe da rectidão original, ou seja do estado de pureza dos nossos primeiros pais (Adão e Eva) quando foram criados, é contrário a Deus, não tem vida espiritual e é inclinado para o mal, e isto continuamente. Cremos, ainda, que o pecado original continua a existir com a nova vida do regenerado, até que o coração seja inteiramente limpo pelo baptismo com o Espírito Santo.

5.2

Cremos que o pecado original difere do pecado pessoal, em que constitui uma propensão herdada para pecar, pela qual ninguém é responsável até o momento em que se negligencia ou se rejeita o remédio divinamente providenciado.

5.3

Cremos que o pecado pessoal constitui uma violação voluntária da vontade conhecida de Deus, feita por uma pessoa moralmente responsável. Portanto, não deve ser confundido com limitações involuntárias e inescapáveis, enfermidades, faltas, erros, falhas ou outros desvios de um padrão de perfeita conduta, que são os efeitos residuais da Queda do Homem. Contudo, tais efeitos inocentes não incluem atitudes ou respostas contrárias ao espírito de Cristo que podem em si mesmas ser consideradas pecados do espírito. Cremos que o pecado pessoal é, fundamental e essencialmente, uma violação da lei do amor; e, que em relação a Cristo, pecado pode ser definido como descrença.

(Pecado Original: Génesis 3; 6:5; Job 15:14; Salmos 51:5; Jeremias 17:9–10; Marcos 7:21–23; Romanos 1:18–25; 5:12–14; 7:1–8:9; 1 Coríntios 3:1–4; Gálatas 5:16–25; 1 João 1:7–8
Pecado Pessoal: Mateus 22:36–40 (com 1 João 3:4); João 8:34–36; 16:8–9; Romanos 3:23; 6:15–23; 8:18–24; 14:23; 1 João 1:9–2:4; 3:7–10)

7

Cremos que a criação da raça humana à imagem de Deus inclui a capacidade de escolher entre o bem e o mal e que, assim, seres humanos foram feitos moralmente responsáveis; que pela queda de Adão se tornaram depravados, de maneira que agora não podem voltar-se nem reabilitar-se pelas suas próprias forças e obras à fé e à invocação de Deus. Mas também cremos que a graça de Deus mediante Jesus Cristo é dada gratuitamente a todos os seres humanos, capacitando todos os que queiram converter-se do pecado para a rectidão, a crer em Jesus Cristo para perdão e purificação do pecado, e a praticar boas obras agradáveis e aceitáveis à Sua vista.

Cremos que todas as pessoas, ainda que possuam a experiência de regeneração e inteira santificação, podem cair da graça, apostatar e ficar eternamente perdidas e sem esperança, a menos que se arrependam do seu pecado.

(A imagem de Deus e a responsabilidade moral: Génesis 1:26–27; 2:16–17; Deuteronómio 28:1–2; 30:19; Josué 24:15; Salmos 8:3–5; Isaías 1:8–10; Jeremias 31:29–30; Ezequiel 18:1–4; Miqueias 6:8; Romanos 1:19–20; 2:1–16; 14:7–12; Gálatas 6:7–8
Incapacidade natural: Job 14:4; 15:14; Salmos 14:1–4; 51:5; João 3:6a; Romanos 3:10–12; 5:12–14, 20a; 7:14–25
Graça gratuita e obras de fé: Ezequiel 18:25–26; João 1:12–13; 3:6b; Actos 5:31; Romanos 5:6–8, 18; 6:15–16, 23; 10:6–8; 11:22; 1 Coríntios 2:9–14; 10:1–12; 2Coríntios 5:18–19; Gálatas 5:6; Efésios 2:8–10; Filipenses 2:12–13; Colossenses 1:21–23; 2 Timóteo 4:10a; Tito 2:11–14; Hebreus 2:1–3; 3:12–15; 6:4–6; 10:26–31; Tiago 2:18–22; 2 Pedro 1:10–11; 2:20–22)

10

Cremos que a santificação é a obra de Deus, que transforma os crentes na semelhança de Cristo. Ela é efectuada pela graça de Deus através do Espírito Santo na santificação inicial, ou regeneração (simultânea com a justificação), inteira santificação, na obra contínua de aperfeiçoamento feita pelo Espírito Santo e culminando na glorificação. Na glorificação somos plenamente conformados à imagem do Filho.

Cremos que a inteira santificação é aquele acto de Deus, subsequente à regeneração, pelo qual os crentes são libertados do pecado original, ou depravação, e levados a um estado de inteira devoção a Deus e à santa obediência do amor tornado perfeito.

É operada pelo baptismo com, ou enchimento do, Espírito Santo e envolve, numa só experiência, a purificação do coração de pecado e a presença íntima e permanente do Espírito Santo, capacitando o(a) crente para a vida e o serviço.

A inteira santificação é provida pelo sangue de Jesus, realizada instantaneamente pela graça mediante a fé, precedida pela inteira consagração; e desta obra e estado de graça o Espírito Santo testifica.

Esta experiência é também conhecida por vários termos que representam diferentes aspectos dela, tais como: “perfeição cristã,” “perfeito amor,” “pureza de coração,” “baptismo com, ou enchimento do Espírito Santo,” “plenitude da bênção,” e “santidade cristã.”

10.1

Cremos que há uma distinção bem definida entre um coração puro e um carácter maduro. O primeiro é obtido instantaneamente, como resultado da inteira santificação; o último resulta de crescimento na graça.

Cremos que a graça da inteira santificação inclui o impulso divino para crescer na graça como um discípulo à semelhança de Cristo. Contudo, este impulso deve ser conscientemente cultivado; e deve ser dada cuidadosa atenção aos requisitos e processos de desenvolvimento espiritual e avanço no carácter e personalidade semelhantes a Cristo. Sem tal esforço intencional, o testemunho da pessoa crente pode ser enfraquecido e a própria graça comprometida e mesmo perdida.

Participando nos meios da graça, nomeadamente a comunhão, as disciplinas e os sacramentos da Igreja, os crentes crescem na graça e no pleno amor a Deus e ao próximo.

(Jeremias 31:31–34; Ezequiel 36:25–27; Malaquias 3:2–3; Mateus 3:11–12; Lucas 3:16–17; João 7:37–39; 14:15–23; 17:6–20; Actos 1:5; 2:1–4; 15:8–9; Romanos 6:11–13, 19; 8:1–4, 8–14; 12:1–2; 2 Coríntios 6:14–7:1; Gálatas 2:20; 5:16–25; Efésios 3:14–21; 5:17–18, 25–27; Filipenses 3:10–15; Colossenses 3:1–17; 1 Tessalonicenses 5:23–24; Hebreus 4:9–11; 10:10–17; 12:1–2; 13:12; 1 João 1:7, 9
“Perfeição cristã,” “perfeito amor”: Deuteronómio 30:6; Mateus 5:43–48; 22:37–40; Romanos 12:9–21; 13:8–10; 1 Coríntios 13; Filipenses 3:10–15; Hebreus 6:1; 1 João 4:17–18
“Pureza de coração”: Mateus 5:8; Actos 15:8–9; 1 Pedro 1:22; 1 João 3:3
“Baptismo com o Espírito Santo”: Jeremias 31:31–34; Ezequiel 36:25–27; Malaquias 3:2–3; Mateus 3:11–12; Lucas 3:16–17; Actos 1:5; 2:1–4; 15:8–9
“Plenitude da bênção”: Romanos 15:29
“Santidade cristã”: Mateus 5:1–7:29; João 15:1–11; Romanos 12:1–15:3; 2 Coríntios 7:1; Efésios 4:17–5:20; Filipenses 1:9–11; 3:12–15; Colossenses 2:20–3:17; 1 Tessalonicenses 3:13; 4:7-8; 5:23; 2 Timóteo 2:19–22; Hebreus 10:19–25; 12:14; 13:20–21; 1 Pedro 1:15–16; 2 Pedro 1:1–11; 3:18; Judas 20–21)

20.3

Que todo o ser humano nasce com uma natureza corrompida e é, portanto, inclinado ao mal, e isto continuamente.